18.4.06

Podcasting

O podcasting está recuperando maneiras de obter informacao no momento conveniente. Antes do radio e da televisão, adquiria-se o conteúdo para ter acesso a ele depois. Livros, revistas, discos.

Uma das principais razoes para a mudanca de hábito foi o facto de nao haver método de armazenagem possivel para a televisão e para o radio, no início. Era impossivel armazenar um programa de radio, nos seus primeiros 50 anos, assim como a televisão. Desta forma, criou-se o hábito de estruturar o tempo a volta das transmissoes, que permaneceu mesmo depois do aparecimento de métodos de armazenamento doméstico das transmissões. O conteudo desejado gerenciava o dia. O podcasting muda isso. Os métodos portateis e digitais de armazenamento de audio e video mudam isso. E isso muda a propria natureza e importancia do radio e da televisao. É o time shifting, criado pelo gravador de vídeo e alardeado em sua versão digital pelo Tivo, levado ao extremo, desfazendo de vez a estrutura de grade das mídias tradicionais, criando uma estrutura de menu.

Qual o papel que isto tera no desenvolvimento dessas midias?

A internet tb é atemporal, tb é não linear e assincrona na recuperacao de informacao. Sobraram os meios originais, o radio e a tv, com essa caracteristica.

A tv e o radio se estabeleceram nesta estrutura se baseando em caracteristicas conhecidas das pessoas. As pessoas gostam de ter habitos, de ter rotinas, de saber que algo vai estar la. De saber que em determinado horario, algo vai acontecer.

O podcasting e a internet sao vetores de aquisicoes mais espontaneas de informacao, que exigem mudancas no comodismo das audiencias, mas que aos poucos vão se impor, por suas proprias e particulares vantagens. Principalmente a partir da integração do podcasting e suas variações aos meios tradicionais como a televisão, a partir do barateamento e maior divulgação dos meios de armazenamento digitais, automatizados e programáveis ( esqueça a interface de programação do velho VHS... )

É um assunto que tem MUITO a desenvolver... Particularmente, interesso-me especialmente pelo podcasting como meio de distribuição de conteúdo em vídeo. E ainda ha muitos nichos de mercado a ocupar desta forma.

11.4.06

Render passes

Tenho dedicado várias noites ao estudo dos render passes. Que vem a ser a técnica de efetuar o render das cenas em 3D com todos os seus elementos em separado: sombras, luzes, texturas, profundidade, brilhos. O 3ds Max tem há várias versões o Render Elements, que é um tipo de implementação disto. Mas o conceito de render passes vai bem mais além, e inclui muito mais conceitos.
O potencial desta técnica é verdadeiramente enorme, principalmente no que diz respeito à flexibilidade para ajustes das imagens sintéticas já nos softwares de composição, sem precisar refazer o render 3D. É muito mais interactivo. E à medida em que os renders se tornam mais complexos, com a introdução de cálculos de Iluminação Global, por exemplo, e os tempos de render por frame sobem absurdamente, é ótimo poder ajustar toda a imagem sem precisar recorrer ao software 3D novamente.
Imagine uma animação de 30 segundos em que a versão final tem um tempo de render de 15 minutos por frame. E é necessário fazer um ajuste nas sombras de todos os objectos. Poder ajustar as sombras no software de composição, com visualização quase em tempo real, é um achado. E isso é só uma das coisas mais simples que se pode fazer com um render em passes. Alguns softwares de composição permitem até mesmo refazer a iluminação da cena, desde que lhe sejam fornecidos os passes necessários.

Ilustradores e motion designers

Penso cada vez mais sobre a estreita relação que existe entre ilustradores e motion designers. Diferentemente de animadores dedicados a personagens, por exemplo, a tarefa do motion designer tem a ver essencialmente com ilustrar idéias. Dar uma imagem a uma idéia básica. E, mais que isso, frequentemente o trabalho do motion designer passa também por ilustrar músicas. A idéia, o áudio e a animação formam um todo. Os dois últimos ilustram o primeiro, e nenhum vive sem o outro.

Particularmente, cada vez mais sinto uma importância maior na música nos meus trabalhos, pelo que evito o máximo que posso animar o que quer que seja sem ter ao menos uma trilha de referência.