7.8.06

Novos Mac Pro


A Apple lançou, precisamente uma hora e meia atrás, os novos Mac Pro. São os novos desktops baseados em processadores Intel Xeon. Logo após terminada a conferência no WWDC que os apresentou, já estavam disponíveis na loja Apple. E também no site, com as especificações completas.
Torna-se, sem dúvida, o novo sonho de consumo no mundo dos Motion Graphics.

POLLINATE - Como pensar criativamente


No site da Belief, é um download monstruosamente grande. Assista em streaming, via Youtube. Vale a pena. Mesmo.

Criatividade, Flash, Youtube. Ninjas.

O Youtube vai mudar a criatividade publicitária. Vai mudar a própria publicidade. Na verdade, vai mudar os hábitos de todos os consumidores de imagem em movimento. Ok, não só o Youtube. Talvez o próprio Youtube não sobreviva até lá, se levarmos em conta seu actual burning rate de 1 milhão de dólares por mês. Mas tudo vai mudar.

O Youtube, bem como outros sites do mesmo gênero, precisam de um modelo de negócio. Precisam descobrir como ganhar dinheiro, simplesmente. E a forma como podem fazê-lo vai ter sérias implicações na publicidade, principalmente na criatividade.

Para começar, a criatividade vai ter que começar no planeamento de mídia. Já não vai bastar escolher opções em um software, na hora de escolher onde veicular determinado spot. Esta actividade vai evoluir do planeamento com base em estatística para uma visão mais holística da comunicação. Baseada sobretudo em criatividade. A estatística vai ter um papel apenas de suporte. A razão para isso é a pulverização. Cada vez mais, a audiência está pulverizada entre diferentes canais. E estes canais não devem ser entendidos como canais de televisão apenas, e sim como canais de comunicação multimédia. Hoje, assistimos televisão aberta, assistimos televisão por cabo, assistimos Youtube, assistimos canais de televisão no metro, no shopping, em lojas, no telemóvel. E serão ainda mais opções no futuro. Vou concentrar-me no Youtube neste post específico. Eventualmente abordarei os outros.

  • Comunicar da mesma forma para todos os meios é um erro. E um desperdício de oportunidades que sairá caro.
Esse é o primeiro ponto, o primeiro argumento para sustentar minha afirmação. A pulverização dos canais implica na pulverização do conteúdo publicitário.
Segundo ponto: A pulverização vai por um peso maior sobre a criatividade. E não me refiro somente à criatividade em termos de capacidade de escolher onde veicular. Refiro-me à boa e velha criatividade publicitária.

O modelo actual de publicidade audiovisual baseia-se em um princípio com 50 anos de idade. Supõe que o espectador vai ficar parado diante da televisão, à espera que volte a exibição do seu programa. Ignora a existência do comando remoto, ignora a existência da Internet, do multitasking, da tv a cabo. Simplesmente é prepotente o suficiente para supor que o espectador vai assistir, porque está lá.

Talvez uma parcela da população, mais velha e de menor poder aquisitivo, ainda assista televisão da forma antiga. Não tem tv a cabo, portanto poucos canais. Está acostumada a esperar a publicidade passar. Não tem, via de regra, outros meios de distração ou entretenimento à volta. Mas essa parcela da população, de qualquer forma, é menos interessante e menos relevante para o anunciante. Cada vez menos relevante.

A publicidade vai ter que ser mais esperta. Mais "sneaky". Precisa aparecer sem ser percebida, encantar e desaparecer do caminho. Publicidade ninja. O Youtube precisa desesperadamente de publicidade ninja. Que mate sem ser vista. Que atinja o seu alvo antes do espectador ter tempo de correr. A televisão também precisa, é certo. Mas o Youtube precisa mais. E só a criatividade publicitária pode criar este ninja.

  • O fenômeno do marketing viral está criando candidatos a ninja. Mas ainda são apenas pequenos ninjas engraçadinhos.

Agora ao exercício de imaginação:

  1. Cada vídeo do Youtube é precedido e sucedido por vídeos de 5 a 10 segundos. Um ligado ao outro. O início deixa uma questão em aberto. Assite-se ao vídeo solicitado, o vídeo publicitário retorna, resolvendo a questão.
  2. Ao fim dos vídeos, o Youtube recomenda não só seus próprios vídeos relacionados, mas também outros patrocinados por empresas. E que, regra maior e mais importante, sejam realmente relacionados com o conteúdo do vídeo acabado de assistir. Estabelecer essa relação das formas mais inusitadas possível será um grande exercício criativo.
  3. Os vídeos mais assistidos dão origem a anúncios de oportunidade. Um vídeo assistido um milhão de vezes (como há muitos) certamente merece um anúncio feito só para si. Os usuários do site dão inúmeras oportunidades, ao postar vídeos relacionados com produtos, marcas, estilos de vida.
  4. Google Adsense multimédia. Alguém já deve ter pensado nisso, não é possível que não.
  5. Publicidade em episódios. Por que não? Desde que seja atraente o suficiente.
  6. Documentários de 5 minutos, em séries de dez episódios, patrocinados. Porque a publicidade tem tanto medo (ou tanta incompetência) de oferecer conteúdo real e útil? Será impossível fazer um infomercial realmente atraente de um minuto, com um tema interessante?
  7. Humor. Verdadeiro humor. Não forçado. Com talento. Quantos stand up comedians poderiam agregar valor a campanhas?
A publicidade precisa descer do pedestal, se quiser cumprir seu papel na Era Youtube. Tudo o que eu escrevi acima aplica-se também à televisão. Menos arrogância, mais conteúdo, mas criatividade.

Ah, sim, a criatividade. Qual o papel dela nisto tudo? Todos os ítens acima só podem ser executados de forma eficiente com muita criatividade. Não só a criatividade publicitária habitual, mas também um tipo de criatividade próprio dos escritores, dos comediantes, dos guionistas, dos artistas. Capaz de prender a atenção das pessoas. Capaz de encantar. Capaz de ter o poder de encantamento da apresentação de um ilusionista.

Ok, eu queria evitar isto, já que eu próprio sou publicitário, mas vamos lá. Morte à criatividade publicitária. E longa vida à nova criatividade publicitária. Viva a publicidade ninja.
Eu ainda não descobri é onde eu vou encaixar motion graphics nisto. Espero não estar propondo a morte da minha própria actividade.

Hmmm... não. A Psyop que o diga.

Fantomas - Blissful

O efeito já está começando a ficar overused. Mas funciona muito bem nesse curta.

Seven, por kyle cooper


Um clássico das aberturas de filmes. Esta lançou Kyle Cooper para a fama.
E foi copiada vezes sem conta nos anos a seguir.

4.8.06

iPhone?

Não é relacionado com motion graphics (não directamente), mas lá vai. Vou fazer uma aposta.
No sites especializados, tem sido corrente a opinião de que a Apple irá anunciar um telemóvel no WWDC, que se inicia agora. Nos últimos dias, foi anunciada a descoberta de strings de texto relaionadas com telefonia no código do último update do software do Ipod.
Curiosamente, não vi ninguém fazer ainda essa relação, mas vou arriscar, po que me parece natural. O que o Steve Jobs pode anunciar é, na verdade, um acessório para o iPod que o transforma em um telemóvel. Simples.
Fabricantes independentes já lançaram todo o tipo de acessórios para iPods. Rádios, transmissores FM, o que se possa imaginar. Menos um telemóvel. Mas vejamos. Telemóveis são constituídos de baterias, telas, teclados, software, Cartões GSM, antena e alguns circuitos especializados, alguns dos disponíveis capazes de caber na ponta de um dedo. Quantos destes elementos faltam ao iPod?
Basta acrescentar um pequeno dispositivo "plug-in" contendo o cartão GSM, os circuitos próprios e a antena, e pronto. Se quiserem ser um pouco mais sofisticados, bluetooth e activação por voz. Um aparelho com um terço do tamanho dos iPod video actuais resolveria. Conecte ao iPod, e já está. iPhone.
Se a Apple quiser dar um passo além ainda, pode aproveitar e lançar novas versões do iPod, com novidades esperadas como tela maior (algo que também faz parte dos rumores recentes), HD de maior capacidade, Wi-Fi e Bluetooth. Também se especula que possa vir a ter capacidade de rodar jogos.
Ainda não vi ninguem levantar esta possibilidade, nem mesmo nos sites especializados em rumores sobre oo mundo Apple. Mas acredito que é uma forte possibilidade.
Em termos de mercado, seria muito vantajoso. E em termos de design de produto, também. A Apple não precisaria entrar no perigoso jogo das operadoras móveis, que querem uma gorda fatia no faturamento do download de músicas. E que não querem a capacidade de um telemóvel ter na memória músicas que não tenham sido adquiridas por download através dos seus serviços. Esta foi uma das principais razões pelas quais o Motorola Rokr E1 fracassou. Um excelente aparelho, com iTunes, e que naufragou por causa do apetite das operadoras. A Apple poderia, com um lançamento assim, passar ao largo deste apetite, já que o armazenamento de conteúdo estaria garantido pelo iPod e por toda a estrutura comercial já instalada, bem como pelo ciclo habitual de seus proprietários adquirirem música por vias diversas e as adicionarem ao seus iPods via iTunes.
Seria uma jogada de mestre. Se acrescentar um iTunes a um telemóvel não deu certo... acrescenta-se um telemóvel a um iPod.
A Apple poderia vender este acessório em suas lojas, absolutamente independente de operadora, e a preços competitivos. Claro, o catch é que, para usar o telemóvel da Apple, você precisar ter o um iPod de última geração. Mais uma jogada de mestre da Apple, que aumentaria as vendas de iPods, consequentemente.
Basicamente, e resumindo, um pequeno acessório a ser ligado ao iPod, custando talvez menos da metade do preço de um iPod, e que faz com que o usuário tenha em suas mãos um telemóvel da Apple com pelo menos 60Gb de memória para músicas e vídeos. Sem entrar em brigas com operadoras. Sem ter que criar uma linha independente de produtos. Reforçando as vendas do iPod.
Detalhes técnicos. Minhas especulações. Seria baseado nos fones de ouvido da Apple, em uma nova versão que inclua microfone. A operação se faz toda pela tela do iPod e pela clickwheel. Um pouco como acontece em alguns modelos ultra compactos da Nokia. Antena interna no acessório, ou embutida nos fones. Exclusivamente GSM (ou mesmo 3G), para permitir que seja livre de operadora e portanto vendido nas lojas da Apple. Quem quiser, compra o cartão GSM de sua operadora favorita ou usa o que já possui. Também uma prática utilizda pela Nokia em telemóveis topo de gama.
Uma opção um pouco mais ousada, e que não descarto totalmente, seria lançar uma nova linha de iPods, ou renovar a já existente, e em que os mais caros já teriam o telemóvel embutido. Um iPod com a tela maior, sensível a toque, talvez, 80Gb de armazenamento ou mais, e os circuitos do telemóvel já incluídos, bastando inserir o cartão GSM. Na verdade, se a intenção da Apple fosse a de já renovar a linha de iPods, é uma opção que faria bastante sentido.
Seja como for, eu não acredito em um iPhone como um produto independente, não associado ao iPod. O mercado se encaminha para a integração entre telemóvel e player de música digital. Por que a Apple, líder do mercado de música digital, ignoraria esta tendência ao lançar um telemóvel?
Minha aposta está feita. Quando o iPhone for anunciado, veremos.

1.8.06

Projectos para download


The Anvel teve um mês de julho bastante produtivo. Há três novos packs de projectos gratuitos de After Effects para download. Lightining, 3D lighting e um pack com exemplos para principiantes. Todos gratuitos.

Maya 8 e 3ds Max 9

A Autodesk lançou o 3ds max 9 e o Maya 8. Enquanto o Max 9 já era esperado, o Maya 8 foi uma supresa para muitos. Em foruns como o CGTalk, é frequente a opinião de que a Autodesk deveria ter lançado o Maya com a numeração 7.5 . Não só pelo pouco tempo em relação ao lançamento da versão 7, mas também porque as novidades anunciadas até agora não parecem justificar o avanço de uma versão.
O Max 9, por outro lado, apresenta novidades significativas. De modo geral, parecem voltadas para a melhoria do desempenho de funções já existentes. Como a nova versão do Mental Ray, a 3.5, com uma interface de integração com o Max bastante aprimorada. Há novidades interessantes também nos materiais, no hair e no cloth. Um feature novo que chama a atenção é o conceito de animation layers. Além dos objetos, agora as animações podem também ser subdivididas em layers, com diferentes parâmetros, e dando a opção de activar ou desactivar estas layers conforme a necessidade.
O Maya 8 também traz o Mental Ray 3.5. A novidade mais aguardada pelos usuários de Mac ainda não foi anunciada. É a conversão do código para Universal Binary, a fim de permitir que o software corra em Mac baseados em Intel nativamente. Para já, nem está confirmado nem descartado.
Algo importante a notar nestes lançamentos é que a Autodesk té o momento parece cumprir o que anunciou. Mantém as duas linhagens de software em paralelo, sem mistura-las nem tampouco indicar o fim de nenhuma delas. Também não segmentou as aplicações, destinando-as a mercados diferentes. Tudo permanece como estava.
Ultimamente, havia um rumor que dizia que a empresa iria segmentar sas aplicações 3D por preço, reduzindo o valor da licença do Max e eliminando a versão Complete do Maya, mais barata. Nada disso aconteceu, entretanto.
Isso leva a acreditar que, ou a Autodesk resolveu cumprir à risca a sua promessa (algo que, dado seu tamanho e poder, nem precisaria), ou eles simplesmente ainda não descobriram o que fazer com os dois softwares. Eu aposto na segunda opção.